quinta-feira, 25 de abril de 2013

Peixe Grande

Quase ninguém sabe, mas Tim Burton leu muito bem esse livro antes de fazer seu filme, que por sinal, deu um resultado muito bom. Não por acaso o cineasta escolheu esse livro para adaptá-lo. O mesmo havia acabado de ser pai, e com obras como seu filme e o livro em questão, talvez mostrasse ao filho como seria muito melhor se o mundo fosse fantasioso como ele de fato conseguiria ser, basta querermos para isso.

Daniel Wallace, escritor um tanto desconhecido entrou na lista de grandes autores que poucas pessoas irão se esforçar para conhece-los. O que é uma pena, pois muitos dos desconhecidos tornam-se grandes nomes para novos livros clássicos. Peixe Grande, completamente desconhecido, tem tudo para marcar e fazer acontecer. Se um pai ama seu filho, provavelmente ele irá querer o melhor para o mesmo. Assim, um filho que não conhece o pai por ele não demonstrar quem realmente ele é, pode ser algo relativamente péssimo. É com isso que Wallace brinca, com o que agrada, ou desagrada em uma pessoa. Se fantasiar o mundo é algo errado, mostrar sua crueldade diretamente pode ser certo por quê? No fim das contas, sabem-se quem merece o melhor do mundo, ou o pior, basta plantar para colher, e assim vai as regras de um mundo melhor. E se faltar alguma coisa, inventa-se.

O maior acerto de contas de Wallace com o mundo é como se conduz uma relação entre pai e filho baseadas em interpretações do que é verdade e mentira. Mentiras tão bem contadas podem ser verdade? Talvez seriam se não fossem propositalmente ditas para atiçar a imaginação, e nada mais do que isso. Educar um filho é algo simples visto por pessoas que querem alimentar a forma de visão que esse filho precisa ter do mundo. Todo bandido, por mais bandido que seja, pode ter algo nas mangas que sejam construtivo por demais. Um dono de uma bela casa pode ser uma ótima pessoa para outras pessoas, mesmo que você não queira tomar o lugar de ninguém. Não se precisa ser melhor do que ninguém para ser alguém no mundo.

O erro de Wallace resume-se apenas na simplicidade que usou para criar seu livro. O roteiro adaptado por John August deixou os acontecimentos com mais coerência no filme. Tim Burton e sua visão deixou um passo à frente, mas de forma alguma desmereceu a obra original. O filme é um grande convite para conhecer o livro, cabe ao leitor/espectador dizer quem se destaca mais.

Autor: Daniel Wallace
Tradução: Léa Viveiros de Castro
Gênero: Literatura Estrangeira/Romance/Fantasia
Editora: Rocco
Nota: 3,5

Um comentário:

  1. Sou uma apaixonada pelos filmes de Tim Burton MAS infelizmente eu não assisti esse ainda D: !
    Verei e colocarei o livro na lista de "preciso ler".

    Como comentei agora pouco no seu outro blog eu gosto muito de ver essas indicações incomuns que tu posta por aqui!

    P.S: Obrigada pelas visitas ao meu blog apesar de minha ausência!

    ResponderExcluir