domingo, 31 de março de 2013

O Mágico de Oz - Coleção Eternamente Clássicos

Talvez seria exagero comparar O Mágico que Oz com Alice no País das Maravilhas, mas de fato, não é de grande exagero. A psicodelia no mundo encantado de L. Frank Baum apenas resume-se em cenários. Os personagens são fora do comum, claro, mas não são de tantos destaques assim. Uma garota chamada órfã Dorothy, ao lado de seu cãozinho Totó, levados por um ciclone do Kansas até a terra de Oz, só isso, já é inusitado demais para não achar o livro psicodélico. Flores tropicais em estradas de tijolos amarelos são quase que inimaginável diante do inimaginável prazer do desconhecido. As partes extremamente positivas do livro são justamente os personagens. Um espantalho poderia muito bem desejar ser humano, ter uma vida real, mas não foi como o Pinoccio, e ele só queria um cérebro para pensar melhor. Um lenhador de lata que, por sua vez, queria ter um coração para voltar a amar. Um leão que só queria coragem para exercer sua função de rei dos animais. A garotinha que nada deseja, apenas voltar para sua casa. São as coisas simples que deixam a história fluir com qualidade. As vontades são simples, as situações nem sempre e a moral surge com ferocidade. Moral essa imposta por quem não se imagina e nem se aposta.

As vontades completamente diferentes fazem bruxas de regiões diferentes se preocuparem e outras apoiarem. O medo de um local desconhecido é obviamente presente, mas a vontade de chegar na Cidade de Esmeralda fala mais alto. A enfase de um local sagrado em uma grande cidade é colocada com sutileza pelo imaginário de Dorothy. Por sua vez, Oz é a representação da imoralidade e vergonha. Toda qualidade e defeito são representados nos personagens, e até no Totó, que torna-se o curioso do grupo.

O problema é que Frank Baum não deveria ter uma boa influência para escrever. Todos sabem que o autor queria mesmo escrever uma história infantil fantasiosa, mas provavelmente não pesquisou nada antes disso. Não foi garimpar suas referências, nem tentar obter boas inspirações. Essa é a impressão que o texto passa, a impressão de que ficou faltando alguma coisa, ou aventura, ou personagens, ou locais, ou seja lá o que for, estava faltando. A forma simples do autor é o que estraga o livro. Não torna-se uma boa pedida para quem está querendo conhecer a história. Para muito, indicar o filme de 1969 pode dar mais resultados, o que é uma pena.

Autor: L. Frank Baum
Tradutor: Santiago Nazarian
Gênero: Literatura Estrangeira/Fantasia/Infanto Juvenil
Editora: Leya Brasil/Barba Negra
Nota: 3.0

Um comentário:

  1. Realmente o livro é bom, mas ao terminar de lê-lo dá essa impressão de que está faltando algo. É como se o meio para o final faltasse algo que sustentasse a história.

    Estou adorando ler suas resenhas.

    ResponderExcluir