quinta-feira, 9 de maio de 2013

Uma Princesa de Marte

Poucas são as pessoas que lembram do nome Edgar Rice Burroughs referente ao Tarzan, mas ficou frequente lembrar desse nome com Uma Princesa de Marte. Não é culpa do autor, claro, mas também não é culpa dos leitores receber com mais facilidades seus livro marciano como primeira referência. A adaptação ao cinema do livro marciano fez com que a referência fosse inevitável, mas falar de John Carter sem lembrar da fantasia que Burroughs criou é quase como falar de marte e não lembrar que ele é vermelho.

Um soldado veterano, sem motivações para atritos e brigas é escalado para uma missão de transporte um tanto arriscada. Sem pensar muito ele aceita pelo bom pagamento, mas não imagina o que vai encontrar em seu local de destino. Um tipo de teletransporte o leva para sua maior viagem: marte. Perante a visão de soldado, chegar num território desconhecido é como assinar a própria declaração de óbito. Uma terra barrenta e avermelhada era muita informação nova para um cérebro que, pelo amadurecimento de querer viver longe de confusões, tinha uma visão interiorana. Avistar seres vivos de tamanho muito maior do que o normal e de colorações verdes assustaria qualquer ser humano, não só o Carter. Burroughs, por sua vez, escreveu seu livro para falar de novos rumos na vida, novas experiências e novas descobertas. Se sua experiência na terra foi dura o bestante para não ser o suficiente, nada melhor do que ir para um lugar onde você é a caça, o escravo, o experimento e até a descoberta. Assim como a Terra, Burroughs deixa a vida em Marte com outras raças, assim como existem os vendes, existem os marcianos vermelhos. Isso sem falar da fauna e flora do planeta idealizado pelo autor.

Em meio ao desconhecido, reconhecer o que é bom e ruim deve ser algo difícil demais. Principalmente quando partem de princípios medievais que não se vê mais em tempos na Terra. Para Carter, voltar para casa seria como voltar ao zero, ou recomeçar sem condições, e ainda por cima, encarar os mesmos problemas que para ele, já o deixava cansado só em acordar. Para que voltar? A vida em Marte seria bem mais complicada se não fossem as identificações com suas raças. Os vermelhos, que tanto queriam derrubar o trono de seu rei e dominar seu planeta vermelho, e os verdes, que tanto livre querem viver, apenas vivem presos em seus passados conturbados, e ameaçados pelos vermelhos. Carter quer compreender os vermelhos e ajudar os verdes, mas essa guerra não é dele.

O problema desse livro que tanto promete, é justamente a forma de escrita do Burroughs. Dando uma impressão infantilizada nos textos. Para um livro que influenciou Avatar, do James Cameron, ler algo clichê e infantilizado deixa um gosto amargo de querer algo mais no que está escrito, e não desejando algo mais escrito. Para muitos, ter Avatar como influenciado não é uma boa referência, mas por importância de mercado e metas atingidas, espera-se mais de Uma Princesa de Marte.

Autor: Edgar Rice Burroughs
Tradução: Ricardo Giassetti
Gênero: Fantasia - Ficção Científica
Editora: Aleph
Nota: 3.0

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